quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Para FHC, saída de Aécio é fora de propósito...

Da Agência Folha

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem, em Belo Horizonte, que o governador Aécio Neves (MG) --que estava ao seu lado-- é um "líder" no PSDB e deve ser tratado como tal. FHC disse que é "fora de propósito" falar em saída de Aécio do partido.

Aécio, que disputa com o governador José Serra (SP) a indicação para ser o candidato tucano a presidente em 2010, vem sendo cortejado pelo PMDB para trocar de partido. Ele nega essa possibilidade. Aécio e FHC conversaram bastante na noite de quinta e ontem pela manhã, na capital mineira --entre os muitos assuntos, a sucessão de 2010.

"O Aécio é um homem de partido. É claro que o partido tem que entender que ele é um líder e, como tal, tem que ter todas as condições para se sentir cômodo no partido. Então, não vai haver isso de ir para outro partido. Isso é conversa", disse FHC. O ex-presidente disse ainda que o PMDB também precisa ser bem tratado pelos tucanos porque "ninguém ganha eleição no Brasil sozinho" --citou ainda PPS e DEM.

"Quem tiver capacidade --mais adiante, não agora-- de sintonizar melhor com os sentimentos do país vai ser o nosso candidato. Pode ser um, pode ser outro", disse FHC, que negou preferir Serra a Aécio: "Eu, sempre que aliso um, aliso o outro. Os dois são excelentes".

Aécio voltou a defender as prévias, caso haja disputa, e FHC concordou com essa forma de escolha pelo partido, se preciso. "Haverá possibilidade, imagino eu, de entendimento. Não havendo, ninguém tem que ter medo de uma escolha democrática", disse FHC.

Sobre a possibilidade de uma candidatura do PT com a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), ele afirmou não saber se ela seria uma candidata difícil porque não a conhece e não sabe se ela é candidata. Confrontado com recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesse sentido, disse: "Se ela for candidata, já estão abusando, porque ela está no governo e estão falando nisso. Eu prefiro achar que não é".

O ex-presidente, que fez palestra para empresários em BH, afirmou não esperar que o PSDB se beneficie da crise econômica internacional porque isso só prejudicará o país. Afirmou que a polarização entre PT e PSDB nas últimas eleições ocorre porque são "os dois partidos capazes de propor algum projeto para o Brasil, e os outros [partidos] acompanham".

Para FHC, o PT se aproximou muito do projeto do PSDB no que diz respeito à economia e à área social. "Aprofundou mais, é verdade, mas a concepção é a mesma", disse ele, para quem "as diferenças diminuíram" nessas duas áreas.


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